Quem você escolhe… e quem escolhe você
Porque não basta escolher quem acompanhar – é preciso observar quem nos acompanha
Outro dia, enquanto navegava pelas minhas redes, aproveitei para fazer o já rotineiro ritual de "limpar a lista de quem eu sigo". Um hábito necessário, quase um gesto de autocuidado digital. Parar, olhar com atenção e me perguntar: faz sentido continuar acompanhando esse conteúdo? Essa pessoa ainda conversa com a minha fase atual?
Mas aí veio uma provocação que me tirou do piloto automático: por que a gente fala tanto sobre quem escolhemos seguir… mas quase nunca se questiona sobre quem escolhe nos seguir?
Deixar alguém entrar na nossa rede também é uma decisão. Mesmo que o botão de "aceitar" ou o número de seguidores pareça algo passivo, na prática, cada pessoa que cruza essa fronteira virtual tem acesso (direto ou indireto) àquilo que estamos construindo, pensando, sentindo e compartilhando.
Não se trata de criar bolhas ou querer controlar o incontrolável. Mas de lembrar que exposição também é responsabilidade. Que tem gente que acompanha por curiosidade vazia, por comparação silenciosa ou até por intenção de minar o que a gente faz.
Abrir espaço para conexões genuínas significa, muitas vezes, fechar a porta para o que não é saudável. Permitir-se ser visto por quem realmente está na mesma frequência. Por quem torce de verdade, aprende junto, troca de forma ética e construtiva.
Nas redes — e na vida — não é só sobre quem você segue. É também sobre quem você permite que siga você.
Talvez valha a pena, de vez em quando, fazer esse outro tipo de revisão.
Obrigada por ler minha newsletter! Inscreva-se gratuitamente para receber novos posts e apoiar o meu trabalho.