Uma história de Wimbledon 2016
Um jogo de tênis, dois jogadores. Um deles, um herói consagrado. O outro, Marcus Willis. E o que podemos aprender com ele?
A temporada 2016 de Wimbledon presenciou uma história que para mim, é inesquecível. E não estou falando da final incrível entre Andy Murray e Milos Raonic, mas sim de um jogo de segunda rodada entre Roger Federer e Marcus Willis. Um jogo que entregou algo muito além do que uma quadra, duas raquetes e muitas bolinhas podem proporcionar ao público exigente das quadras da realeza britânica.
Os jogadores
Na época, Marcus Willis ocupava a posição 772 do Ranking da ATP, depois de um promissor 15º no Ranking de Juniores. O tenista britânico, canhoto de 25 anos, já estava determinado a seguir com a carreira de professor de tênis, até que a nova namorada o convenceu a tentar mais uma vez como tenista. Conseguiu bons resultados, mesmo com o físico fora de padrão aos tenistas cada vez mais focados na força corporal, e chegou na segunda rodada de Wimbledon, para enfrentar o então número 3 do mundo, Roger Federer, que em 2016 já estava no posto de maior campeão do torneio e era um dos favoritos ao título.
O jogo
Em sua postura durante o jogo, Willis não deixou de fazer jogadas sensacionais por estar na frente de uma lenda do tênis. Ao contrário. Mostrou sim, o motivo de ter conseguido chegar a Wimbledon e mais ainda, nos mostrou que não importa quem enfrentamos, devemos mostrar nosso melhor e ainda nos divertirmos.
Willis estava em casa, assim, teve todo o apoio da torcida, em sua maioria súdita da então Rainha Elizabeth. Torcedores comemoravam ponto a ponto do britânico, como uma vitória. Jennifer Bate, a namorada que incentivou Willis a se dar mais uma chance no esporte, comemorou cada bola vencedora de Willis ou cada erro de Federer. Já os amigos do inglês, fantasiaram-se como tenistas, fizeram festa e muito barulho na arquibancada.
Federer tinha uma legião de fãs, mas Willis mostrou que tinha amigos, que ficaram durante a 1 hora e 24 minutos torcendo fielmente.
Assista aos melhores momentos da partida aqui.
A lição
Esse jogo foi mais que uma partida de segunda rodada em Wimbledon. Foi uma lição de não desistir. Uma lição de como enfrentar um adversário maior que você, sem se entregar, mas mostrando quem você realmente é e o seu melhor, o seu valor e seus esforços para estar onde está.
Mais que isso, a importância de curtir cada momento (não importa qual), não desistir (não importa a idade), dar-se uma nova chance e sair (mesmo que perdendo) de cabeça erguida.
Willis perdeu no jogo, mas ganhou na vida. E Wimbledon, ganhou uma história.
Thank you, Willis!
E por onde anda Willis?
Após a derrota para Federer, Willis, que agora é casado com Jennifer Bate, não desistiu do tênis. Em 2017 Jogou Wimbledon nas duplas, caindo na terceira rodada. Seguiu jogando alguns torneios de duplas e anunciou aposentadoria como jogador em 2021.
Em agosto de 2022 retornou aos torneios de duplas, vencendo em dezembro de 2023 seu primeiro título ATP Challenger, aos 32 anos.
2024 e a aposentadoria ainda não está nos planos. Willis venceu seu segundo torneio em janeiro e desde então, venceu mais 5 torneios, alcançando o top 100 de jogadores de duplas em junho.
Em parceria com a tenista Alicia Barnett, na edição 2024 de Wimbledon, Willis alcançou as quartas-de-final do torneio.
Para refletir
E se Willis não tivesse ouvido sua então namorada e dado mais uma chance ao tênis e a si mesmo? Teríamos essa história para ler nessa newsletter?
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